- Para trás! - exclamou, empurrando pelo peito o primeiro. – Para trás, já!
- Que diabo é isto? Mais uma vez, lhe pergunto: onde está o seu mandado – gritou Peters, furioso, com os olhos fixos no caixão.
- O mandado já aí vem. O caixão não pode sair enquanto o mandado não chegar.
A autoridade da voz de Holmes exerceu o seu efeito nos gatos pingados. Peters desaparecera subitamente dentro de casa, e obedeceram às novas ordens.
- Depressa Watson, depressa! Aqui está uma chave de fendas! - disse Holmes, enquanto o caixão voltava para cima da mesa. - Aqui tem uma para si, meu amigo! Um soberano se a tampa for erguida num minuto! Não faça perguntas! Trabalhe! Assim! Outro! Outro ainda! Agora levantem a tampa todos ao mesmo tempo! Está a soltar-se! Ah, finalmente!
Com um esforço combinado, abrimos a tampa do caixão. Nesse instante, emanou dele um poderoso e estonteante, cheiro a clorofórmio. No caixão jazia um corpo com a cabeça embrulhada em algodão em rama, ensopado no narcótico. Holmes arrancou o algodão, revelando a face perfeita de uma bela, mulher, serena, de meia-idade. Logo rodeou com o braço a cintura do corpo, colocando-o na posição de sentado.
- Está morta, Watson? Ainda-respira? Parece que ainda chegámos a tempo!
Durante meia hora, tudo indicava o contrário: Devido à sufocação e aos venenosos eflúvios do clorofórmio, Lady Frances parecia ter ultrapassado o ponto da recuperação possível.