A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 8: A AVENTURA DO PÉ DO DIABO Pág. 176 / 210

Para já, não posso dizer mais nada.

- Talvez não se importe de me informar sobre se a suas suspeitas apontam nalguma direcção particular...

- Não posso.

- Perdi então meu tempo e não preciso de prolongar a minha visita.

O famoso doutor saiu de nossa casa bastante mal disposto e, cinco minutos mais tarde, Holmes seguia-o. Só voltei a vê-lo à noite quando regressou em passo lento e rosto lívido, o que me indicou não ter feito grandes progressos. Olhou o telegrama que o esperava e lançou-o ao lume.

- Do hotel de Plymouth, Watson - disse. - Soube qual era pelo vigário e telegrafei para me certificar de que, o relato do Dr. Leon Sterndale era verdadeiro. De facto, passou la a ultima noite e despachou parte da bagagem para Africa, tendo regressado aqui para colaborar na investigação. Que lhe parece Isto, Watson?

- Ele está interessadíssimo.

- Interessadíssimo, sim. Há um fio que ainda não apanhámos e que talvez nos conduza através da teia. Anime-se, Watson. Tenho a certeza de que ainda não dispomos de todos os dados. Quando dispusermos, as nossas dificuldades serão decerto rapidamente ultrapassadas.

Mal eu imaginava quão depressa as palavras de Holmes seriam justificadas ou quão estranho e sinistro seria o novo acontecimento que nos abriu uma linha de investigação de todo nova. Estava a barbear-me à janela, de manhã, quando ouvi um ruído de cascos e, erguendo os olhos, avistei uma carruagem, avançando a galope pela estrada. Parou à nossa porta e o nosso amigo, o vigário, apeou-se afogueado para, correndo, atravessar o jardim. Holmes já estava vestido e apressámo-nos a ir ao seu encontro.

O nosso visitante estava tão excitado que mal podia falar, mas, balbuciando, lá conseguiu contar a sua trágica história.





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