A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 3: A AVENTURA DA CAIXA DE CARTÃO Pág. 51 / 210

-Descobriu alguma coisa?

-Descobri tudo!

- Quê? - Lestrade fitou-o, atónito. - Está a brincar!

- Nunca falei tão a sério na minha vida. Foi cometido um crime repugnante e penso conhecer todos os pormenores.

- E o criminoso?

Holmes escreveu umas palavras nas costas de um cartão-de-visita que entregou a Lestrade.

- Aí tem o nome, mas não poderá prendê-lo antes da noite de amanhã, no mínimo. Preferiria que não se referisse a mim a propósito deste caso, pois não gosto de ser associado a crimes fáceis de resolver. Vamos, Watson.

Partimos para a estação, deixando Lestrade de olhos arregalados, a expressão encantada; fitando o cartão que Holmes lhe entregara.

- O caso - disse Sherlock Holmes, já em Baker Street, enquanto fumávamos os nossos charutos - é daqueles em que, como nas investigações que narrou sob os títulos de Um Estudo em Escarlate e O Sinal dos Quatro, fomos obrigados a raciocinar do fim para o princípio. Escrevi a Lestrade, pedindo-lhe para nos fornecer os pormenores que faltam e que ele só obterá depois de ter preso o homem. E prendê-lo-á, porque embora seja em absoluto destituído de inteligência é tenaz como um buldogue, desde que compreenda o que tem a fazer. Foi realmente a tenacidade que o levou ao topo da carreira na Scotland Yard.

- Então o caso não está completo? - perguntei.

- No essencial, está. Sabemos quem é o seu repugnante autor, apesar de ainda ignorarmos a identidade de uma das vítimas. Claro que você também chegou às suas conclusões.





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