- Porque não tinha ele bilhete?
- O bilhete indicaria qual a estação mais próxima da casa do agente. Logo, este tirou-o do bolso do morto.
- Muito bem, Lestrade, muito bem - disse Holmes. - A sua teoria faz sentido. Mas se foi assim, não vale a pena continuarmos. Por um lado, o traidor está morto. Por outro, os planos do submarino Bruce-Partington devem encontrar-se já no continente. Que poderemos fazer?
- Agir, Sherlock, agir! - exclamou Mycroft, pondo-se de pé num salto. -Aminha intuição diz-me que as coisas não se passaram assim. Usa os teus poderes! Vai ao local do crime! Fala com as pessoas envolvidas! Não deixes nada por investigar! Em toda a tua carreira nunca tiveste uma oportunidade como esta de servir o teu país!
- Bem, bem! - disse Holmes, encolhendo os ombros. - Vamos, Watson! E você, Lestrade, quer dar-nos o prazer da sua companhia por uma hora ou duas? Começaremos a nossa investigação pela estação de Aldgàte. Adeus, Mycroft, Dou-te notícias antes da noite, mas aviso-te já de que não deves esperar grande coisa.
Uma hora mais tarde, Holmes, Lestrade e eu encontrávamo-nos na linha do metropolitano, no ponto onde ela emerge do túnel imediatamente antes da estação de Aldgate. Um cavalheiro velhote, corado e simpático, representava a companhia dos caminhos-de-ferro.
- Era aqui que estava o homem caído - disse, indicando um local a cerca de um metro dos carris. - Não pode ter tombado de cima porque, como vêem, as paredes são lisas. Portanto, só pode ter caído de um comboio e esse comboio, tanto quanto pudemos apurar, deve ter passado aqui por volta da meia-noite de segunda-feira.