A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 5: A AVENTURA DOS PLANOS BRUCE-PARTINGTON Pág. 98 / 210

- Foram procurados sinais de violência nas carruagens?

- Não há sinais de violência nem foi encontrado qualquer bilhete.

- Não há notícia de ter sido achada alguma porta aberta?

- Não.

- Obtivemos uns dados novos esta manhã - disse Lestrade. - Um passageiro que passou por Aldgate num comboio cerca das 11 e 40 da noite de segunda-feira diz ter ouvido um pesado baque como o de um corpo contra a linha, precisamente antes de o comboio chegar à estação. Mas como o nevoeiro era denso não se podia ver nada. Na altura, este passageiro não prestou declarações. Mas... que se passa, Mr. Holmes?

O meu amigo fitava com expressão intensa os carris, o ponto onde, encurvando, saíam do túnel. Aldgate é um entroncamento, com uma rede de agulhas. Os seus olhos ávidos, perscrutadores, fixavam-se nelas e vi no seu rosto penetrante, atento, aquele cerrar de lábios, aquela contracção de narinas, aquela concentração de sobrancelhas fartas que eu tão bem conhecia.

- Agulhas - murmurou. - As agulhas...

- Que têm? Que quer dizer?

- Suponho que não existem muitas agulhas num sistema com este...

- Pois não, são muito poucas.

- E uma curva, também. Agulhas e uma curva. Por Deus! Se fosse assim...

- Que foi, Mr. Holmes? Tem uma pista?

- Uma ideia... uma indicação, mais nada. Mas o interesse do caso aumenta, não há dúvida. Único; absolutamente único! E porque não? Não vejo vestígios de sangue na linha.

- Praticamente não havia.

- Mas os ferimentos não eram graves?

- Os ossos estavam partidos, porém, à vista, a ferida era insignificante.

- Mesmo assim, deveria haver sangue. Posso examinar o comboio onde viajava o tal viajante que ouviu o barulho de uma queda no nevoeiro?

- Penso que não, Mr.





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