A Harpa do Crente - Cap. 8: D. PEDRO Pág. 92 / 117

D. PEDRO

Pela encosta do Líbano, rugindo,

O noto furioso

Passou um dia, arremessando à terra

O cedro mais frondoso;

Assim te sacudiu da morte o sopro

Do carro da vitória,

Quando, ébrio de esperanças, tu sorrias,

Filho caro da glória.

Se, depois de procela em mar de escolhos,

A combatida nave

Vê terra e vento abranda, o porto aferra,

Com júbilo suave.

Também tu demandaste o Céu sereno,

Depois de uma árdua lida:

Deus te chamou: o prémio recebeste

Dos méritos da vida.

Que é esta? Um ermo de espinhais cortado,

Donde foge o prazer:

Para o justo ela existe além da campa:

Teme o ímpio o morrer.

Plante-se a acácia, o símbolo do livre,

Junto às cinzas do forte:

Ele foi rei — e combateu tiranos —

Chorai, chorai-lhe a morte!

Regada pelas lágrimas de um povo,

A planta crescerá;

E à sombra dela a fronte do guerreiro

Plácida pousará.





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