DEUS Nas horas do silêncio, à meia-noite,
Eu louvarei o Eterno!
Ouçam-me a Terra, e os mares rugidores,
E os abismos do Inferno.
Pela amplidão dos Céus meus cantos soem,
E a Lua resplendente
Pare em seu giro, ao ressoar nest’harpa
O hino do Omnipotente.
Antes de tempo haver, quando o infinito
Media a eternidade,
E só do vácuo as solidões enchia
De Deus a imensidade,
Ele existia, em sua essência envolto,
E fora dele o nada:
No seio do Criador a vida do homem
Estava ainda guardada:
Ainda então do mundo os fundamentos
Na mente se escondiam
De Jeová, e os astros fulgurantes
Nos céus não se volviam.
Eis o Tempo, o Universo, o Movimento
Das mãos solta o Senhor:
Surge o Sol, banha a Terra, e desabrocha
Nesta a primeira flor:
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