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Capítulo 2: A VOZ

Página 32
A VOZ

É tão suave ess’ hora,

Em que nos foge o dia,

E em que suscita a Lua

Das ondas a ardentia,

Se em alcantis marinhos,

Nas rochas assentado,

O trovador medita

Em sonhos enleado!

O mar azul se encrespa

Coa vespertina brisa,

E no casal da serra

A luz já se divisa.

E tudo em roda cala

Na praia sinuosa,

Salvo o som do remanso

Quebrando em furna algosa.

Ali folga a poeta

Nos desvarios seus,

E nessa paz que o cerca

Bendiz a mão de Deus.

Mas despregou seu grito

A alcíone gemente,

E nuvem pequenina

Ergueu-se no ocidente:

E sobe, e cresce, e imensa

Nos céus negra flutua,

E o vento das procelas

Já varre a fraga nua.

Turba-se o vasto oceano,

Com hórrido clamor;

Dos vagalhões nas ribas

Expira o vão furor

E do poeta a fronte

Cobriu véu de tristeza;

Calou, à luz do raio,

Seu hino à natureza.

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pág. 32 (Capítulo 2)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 32

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106