Folhas Caídas - Cap. 1: Advertência Pág. 1 / 80

Advertência

Antes que venha o Inverno e disperse ao vento essas folhas de poesia que por ai caíram, vamos escolher uma ou outra que valha a pena conservar, ainda que não seja senão para memória.

A outros versos chamei eu já as últimas recordações da minha vida poética. Enganei o público, mas de boa-fé, porque me enganei primeiro a mim. Protestos de poetas que sempre estão a dizer adeus ao mundo, e morrem abraçados com o louro - às vezes imaginário, porque ninguém os coroa.

Eu pouco mais tinha de vinte anos quando publiquei certo poema, e jurei que eram os últimos versos que fazia. Que juramentos!

Se dos meus se rirem, têm razão; mas saibam que eu também primeiro me ri deles. Poeta na primavera, no estio e no outono da vida, hei-de sê-lo no inverno, se lá chegar, e hei-de sê-lo em tudo.





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