Capítulo XIII ADEUS, MÃE
Adeus, mãe! adeus, querida,
Que eu já não posso coa vida,
E os anjos chamam por mim.
Adeus, mãe, adeus!... Assim,
Junta os teus lábios aos meus,
E recebe o último adeus
Neste suspiro... Não chores,
Não chores: aquelas dores
Já sinto acalmar em mim.
Adeus, mãe, adeus!... Assim,
Junta os teus lábios aos meus...
Um beijo - um último... Adeus!
E o corpo desanimado
No colo da mãe caía;
E ela o corpo... só pesado,
Só mais pesado o sentia!
Não se lamenta, não chora
E quase a sorrir, dizia:
- Que tem este filho agora,
Que tanto pesa? Não posso... -
E uma a uma, osso por osso,
Com a mão trémula tenta
As mãozinhas descarnadas,
As faces cavas, mirradas,
A testa inda morna e lenta.
- Que febre, que febre! - diz;
E em tudo pensa a infeliz,
Tudo que há mau lhe ocorreu,
Tudo - menos que morreu.