Capítulo XIV AVE, MARIA!
Maria, doce Mãe dos desvalidos,
A Ti clamo, a Ti brado!
A Ti sobem, Senhora, os meus gemidos,
A Ti o hino sagrado
Do coração de um pai voa, ó Maria,
Pela filha inocente.
Com sua débil voz que balbucia,
Piedosa Mãe clemente,
Ela já sabe, erguendo as mãos tenrinhas,
Pedir ao Pai dos Céus
O pão de cada dia. As preces minhas
Como irão ao meu Deus,
Ao meu Deus que é Teu Filho e tens nos braços,
Se Tu, Mãe de piedade,
Me não tomas por Teu? Oh! rompe os laços
Da velha humanidade;
Despe de mim todo outro pensamento
E vã tenção da Terra;
Outra glória, outro amor, outro contento
De minha alma desterro.
Mãe, oh! Mãe, salva o filho que Te implora
Pela filha querida.
De mais tenho vivido, e só agora
Sei o preço da vida,
Desta vida, tão mal gasta e prezada
Porque minha só era.