Folhas Caídas - Cap. 13: Capítulo XII Pág. 30 / 80

Capítulo XII

ROSA SEM ESPINHOS

Para todos tens carinhos,

A ninguém mostras rigor!

Que rosa és tu sem espinhos?

Ai, que não te entendo, flor!

Se a borboleta vaidosa

A desdém te vai beijar,

O mais que lhe fazes, rosa,

É sorrir e é corar.

E quando a sonsa da abelha,

Tão modesta em seu zumbir,

Te diz: «Ó rosa vermelha

Bem me podes acudir:

Deixa do cálix divino

Uma gota só libar...

Deixa, é néctar peregrino,

Mel que eu não sei fabricar...»

Tu de lástima rendida,

De maldita compaixão,

Tu à súplica atrevida

Sabes tu dizer que não?

Tanta lástima e carinhos,

Tanto dó, nenhum rigor!

És rosa e não tens espinhos!

Ai! que não te entendo, flor.





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