Folhas Caídas - Cap. 14: Capítulo XIII Pág. 31 / 80

Capítulo XIII

ROSA PÁLIDA

Rosa pálida, em meu seio

Vem, querida, sem receio

Esconder a aflita cor.

Ai! a minha pobre rosa!

Cuida que é menos formosa

Porque desbotou de amor.

Pois sim... quando livre, ao vento,

Solta de alma e pensamento,

Forte de tua isenção,

Tinhas na folha incendida

O sangue, o calor e a vida

Que ora tens no coração.

Mas não eras, não, mais bela,

Coitada, coitada dela,

A minha rosa gentil!

Coravam-na então desejos,

Desmaiam-na agora os beijos...

Vales mais mil vezes, mil.

Inveja das outras flores!

Inveja de quê, amores?

Tu, que vieste dos Céus,

Comparar tua beleza

Às filhas da natureza!

Rosa, não tentes a Deus.

E vergonha!... de quê, vida?

Vergonha de ser querida,

Vergonha de ser feliz!

Porquê?.





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