Folhas Caídas - Cap. 15: Capítulo XIV Pág. 33 / 80

Capítulo XIV

FLOR DE VENTURA

A flor de ventura

Que amor me entregou,

Tão bela e tão pura

Jamais a criou:

Não brota na salva

De inculto vigor,

Não cresce entre a relva

De virgem frescor;

Jardins de cultura

Não pode habitar

A flor de ventura

Que amor me quis dar.

Semente é divina

Que veio dos Céus;

Só n'alma germina

Ao sopro de Deus.

Tão alva e mimosa

Não há outra flor;

Uns longes de rosa

Lhe avivam a cor;

E o aroma... Ai! delírio

Suave e sem fim!

É a rosa, é o lírio,

É o nardo, o jasmim;

É um filtro que apura,

Que exalta o viver,

E em doce tortura

Faz de ânsias morrer.

Ai! morrer... que sorte

Bendita de amor!

Que me leve a morte

Beijando-te, flor.





Os capítulos deste livro