Folhas Caídas - Cap. 29: Capítulo III Pág. 53 / 80

Capítulo III

SINA

Por todas quantas estrelas

Tem o céu que possam mais,

Pelas flores virginais

De que se c'roam donzelas,

Pelas lágrimas singelas

Que o primeiro amor derrama,

Por aquela etérea chama

Que a mão de Deus acendeu

E que na terra alumia

Quanto há na terra do céu!

Por tudo quanto eu queria

Quando eu sabia querer,

E por tudo quanto eu cria

Quando me era dado crer!

Bem-fadada seja a vida

Que por estas folhas brancas(1)

Sua história há-de escrever!

Que as dores lhes venham mancas

E com asas o prazer!

Esta sina que lhe dou,

Bruxa não na adivinhou,

Nem duende ma ensinou:

Li-a eu por meu condão

Em seus olhos inocentes,

Transparentes - transparentes

Até dentro ao coração.





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