A Década Perdida - Cap. 2: O DIAMANTE DO TAMANHO DO RITZ Pág. 105 / 182

Um pequeno grito das duas raparigas interrompeu-lhe a frase.

- Não vês? - soluçou Kismine histericamente.

- A montanha está electrificada!

Enquanto ela falava, John levantou as mãos para proteger a vista. Perante os seus olhos toda a superfície da montanha se transformara repentinamente num amarelo ofuscante de fogo, que transparecia através da cobertura de turfa, corno a luz transparece através de urna mão humana. Por um momento o brilho intolerável persistiu e, depois, corno urna lâmpada estragada, desapareceu, revelando um deserto negro de onde se elevava lentamente fumo azul, que levou consigo o que restava de vegetação e de carne humana. Dos aviadores não restaram nem sangue nem ossos - foram consumidos tão completamente corno os cinco que penetraram na montanha.

Simultaneamente e com enorme estrondo, o castelo atirou-se literalmente ao ar, rebentando em fragmentos incendiados à medida que se erguia e, depois, caindo sobre si próprio num montão fumegante que se projectou nas águas do lago. Não houve fogo, apenas fumo, que se afastava misturado com o sol e, por mais uns minutos, com o pó de mármore, vinha do grande montão informe que fora a casa das pedras preciosas. Nada mais se ouvia e os três jovens estavam sozinhos no vale.

XI

Ao pôr-do-sol, John e as suas duas companheiras chegaram ao alto rochedo que marcara as fronteiras dos domínios dos Washingtons e, ao olharem para trás, avistaram o vale tranquilo e lindo no crepúsculo. Sentaram-se para acabarem a comida que Jasmine trouxera num cesto.

- Aqui está - disse ela estendendo a toalha e colocando as sanduíches num montinho bem feito. - Não parecem apetitosas? Sempre pensei que a comida sabe melhor ao ar livre.

- Com esta observação - fez notar Kismine - a Jasmine entra na classe média.





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