Tinham de sair da montanha sem perderem um momento. Agarrou numa mão de cada uma, e em silêncio atravessaram os troncos das árvores agora lavados pela luz e pela neblina que subia. Do vale atrás deles não vinha nenhum som, excepto o lamento longínquo dos pavões e as vozes agradáveis da manhã.
Quando tinham percorrido cerca de quinhentos metros, evitaram o parque e entraram num caminho estreito que conduzia à elevação de terra seguinte. No ponto mais alto desta pararam e olharam à volta. Os olhos pousaram no flanco da montanha que acabavam de deixar, oprimidos por um sentimento obscuro de qualquer iminência trágica.
Nítido contra o sol, um homem amarfanhado de cabelos brancos descia lentamente a ladeira íngreme, seguido por dois negros gigantes e impávidos que transportavam um fardo que ainda faiscava e cintilava ao sol. A meio caminho do sopé, duas outras personagens se lhes juntaram; John pôde ver que eram Mrs. Washington e o filho, a cujo braço ela se amparava. Os aviadores tinham saído dos aparelhos para o extenso relvado em frente do castelo e, de espingardas na mão, subiam a montanha de diamante em formação de combate.
Mas o pequeno grupo de cinco que se formara mais em cima, e atraía a atenção de todos os observadores, parara no rebordo de uma rocha. Os negros curvaram-se e levantaram o que parecia ser uma porta disfarçada no flanco da montanha. E todos desapareceram por ela, primeiro o homem de cabelos brancos, depois, a mulher e o filho e, por fim, os dois negros, cujos penteados recamados de jóias captaram o sol por um momento antes de a porta descer e os engolir a todos.
Kismine apertou o braço de John.
- Oh - gritou descontrolada - para onde vão eles? O que irão fazer?
- Deve ser alguma passagem subterrânea para fugirem.