Porém, durante certo tempo, uma ideia demoníaca tinha-se apoderado dele parcialmente. Podia ir para casa antes que chegasse a sua vez e dizer à mãe que chegara tarde demais e que o padre já se tinha ido embora. Isto, infelizmente, envolvia o risco de ser apanhado numa mentira. Como alternativa podia dizer que fora à confissão, mas isto significava que teria de não ir à comunhão no dia seguinte, pois que a comunhão numa alma suja transformar-se-ia em veneno na sua boca, e viria do altar coxo e amaldiçoado.
De novo a voz do Padre Schwartz se fez ouvir.
- E para ti...
As palavras misturaram-se num resmungar rouco, e Rudolph pôs-se de pé excitado. Sentiu que era impossível ir à confissão nessa tarde. Hesitou, tenso. E então veio do confessionário uma pancada, um ranger e um roçagar persistente. O varão caíra e a cortina de pelúcia tremia. A tentação chegara-lhe tarde demais...
- Abençoe-me, Padre, porque pequei... Confesso a Deus Todo Poderoso e a vós, Padre, que pequei... Desde a minha última confissão já passou um mês e três dias... Acuso-me de ter invocado o Nome do Senhor em vão.