Peter vez uma vénia.
- Então como está? - disse.
O soldado Rase pôs um pé à frente do outro, preparado para a luta, para a fuga ou para um compromisso.
- Então como está? - repetiu Peter delicadamente.
- Eu cá'tou bem.
- Posso oferecer-lhe uma bebida?
O soldado Rase mirou-o inquisitivamente desconfiado de que estava a fazer troça dele.
- Tá bem - disse por fim.
Peter indicou-lhe uma cadeira.
- Sente-se.
- Tenho ali um amigo - disse Rase - tá ali.
- E apontou para a porta verde.
- Por quem sais; ele que entre.
Peter abriu a porta e cumprimentou o soldado Key - muito desconfiado e indeciso, e sentindo-se culpado. Procuraram cadeiras e sentaram-se os três à volta da poncheira. Peter deu a cada um um whisky e ofereceu-lhes cigarros da sua cigarreira. Ambos aceitaram um tanto acanhados.
- Ora agora - continuou Peter à vontade posso perguntar porque é que os senhores preferem passar as horas de ócio numa sala mobilada principalmente, tanto quanto posso ver, com vassouras? E quando a raça humana alcançou um grau de progresso em que dezassete mil cadeiras são fabricadas todos os dias - e fez uma pausa. Rase e Key olharam-no com um olhar vazio. - Expliquem-me continuou Peter - porque é que preferem dar descanso às pernas em objectos destinados a transportar água de um lado para outro.
Neste momento Rase contribuiu para a conversa com um grunhido.
- E finalmente - concluiu Peter -, expliquem--me por que razão, encontrando-se os senhores num belo edifício com enormes candelabros, preferem passar estas horas da noite sob uma anémica luz eléctrica?
Rase olhou para Key: Key olhou para Rase.