- Vamos lá! - chamava o capitão da polícia. Vamos lá, vamos lá!
IX
O «Child’s», da Rua 59, às oito horas de qualquer manhã, difere dos seus congéneres de menos que a largura das suas mesas de mármore ou o grau de brilho das frigideiras. Lá se encontra uma multidão de pobres de olhos ensonados, tentando olhar a direito para a frente, para a comida, de modo a não verem os outros pobres. Mas o «Child’s» da Rua 59, quatro horas mais cedo, é bastante diferente de qualquer restaurante Child’s, desde Portland, no Oregon, até Portland no Maine. Dentro das suas paredes, sem cor mas limpas, encontra-se uma mistura barulhenta de coristas, estudantes, debutantes, libertinos, filles de joie - uma amálgama representativa dos mais notórios pândegos da Broadway e até da Quinta Avenida.
Na manhã do dia dois de Maio, muito cedo, estava invulgarmente cheio. Sobre as mesas de tampo de mármore curvavam-se os rostos excitados de raparigas adolescentes cujos pais eram donos de povoações inteiras. Comiam, com prazer e gosto, pães de trigo e ovos mexidos, proeza esta que lhes seria completamente impossível repetir quatro horas mais tarde, no mesmo lugar.
Quase toda aquela gente vinha do baile Gama Psi no Delmonico, excepto algumas coristas de uma revista da meia-noite, que estavam sentadas a uma mesa lateral, desejando ter-se despintado um pouco mais depois do espectáculo.
Aqui e ali, um personagem triste com ar de rato, tremendamente deslocado, observava aquelas borboletas com uma curiosidade cansada e perplexa. Mas o personagem triste era a excepção. Estava-se na manhã a seguir ao I? de Maio, e ainda havia no ar uns restos de comemorações.