A Década Perdida - Cap. 2: O DIAMANTE DO TAMANHO DO RITZ Pág. 76 / 182

E o que faria uma pessoa com um diamante daquele tamanho?

Era uma situação difícil. Ele era, em certo sentido, o homem mais rico que jamais existira e, no entanto, valia alguma coisa? Se o seu segredo transpirasse, nem poderiam calcular-se as medidas que o Governo poria em prática para evitar o pânico, tanto para o ouro como para as pedras preciosas. Poderia aproveitar o argumento e instituir imediatamente um monopólio.

Não havia alternativa; tinha de negociar a sua montanha em segredo. Mandou vir do sul o irmão mais novo e encarregou-o do seu séquito de cor - negros que nunca tinham sabido que a escravatura fora abolida. Para ficar sossegado a este respeito, leu-lhes uma proclamação que ele próprio redigira e que anunciava que o General Forrest reorganizara os exércitos sulistas dispersos e derrotara o norte numa batalha campal. Os negros acreditaram-no cegamente. Emitiram um voto declarando que fora uma bela coisa e retomaram imediatamente os trabalhos.

O próprio Fitz-Norman partiu para o estrangeiro com cem mil libras e dois baús de diamantes em bruto de todos os tamanhos. Navegou para a Rússia num junco chinês e, seis meses depois da sua partida de Montana, estava em S. Petersburgo. Instalou-se num local discreto e mandou imediatamente chamar o joalheiro da corte, anunciando que tinha u~ diamante para o Czar. Ficou em S. Petersburgo durante duas semanas num perigo constante de ser assassinado, mudando constantemente de morada e com receio de ir ver os seus baús mais de três ou quatro vezes durante as duas semanas.

Tendo prometido voltar dentro de um ano com pedras maiores e mais belas, foi-lhe permitido partir para a Índia. Porém, antes de partir, o Tesouro da Corte creditara-lhe em Bancos americanos a soma de quinze milhões de dólares, em quatro nomes supostos.





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