- Lamento muito, mas não posso ir! - disse eu. 
- Então, vem o senhor! - teimou ela com Gatsby. 
O senhor Sloane murmurou-lhe qualquer coisa ao ouvido. 
- Se formos já, chegamos a tempo! - respondeu ela em voz alta. 
- Mas eu não tenho cavalo- disse Gatsby. - No exército andava a cavalo, mas nunca cheguei a comprar nenhum. Terei de os seguir no meu carro. Dêem-me licença só por um minuto. 
Enquanto isto, fomos andando até ao pórtico, onde Sloane e a dama encetaram uma acalorada conversa à parte. 
- Meu Deus, parece que o homem vem mesmo - disse Tom. - Será que ele não percebe que ela não o quer para nada? 
- Ela quer que ele vá jantar com ela! 
- Ela dá hoje um grande jantar e ele não vai lá encontrar uma única alma conhecida! - franziu o sobrolho. - Só pergunto é onde raio é que ele foi desencantar a Daisy. Posso ser muito bota-de-elástico mas, meu Deus, cá para o meu gosto acho que as mulheres, hoje em dia, andam demasiado à solta. À mercê de todo e qualquer bicho careta.  
De repente, o senhor Sloane e a dama desceram a escadaria e montaram os seus cavalos. 
- Vamos embora - disse o senhor Sloane a Tom -, já estamos atrasados. Temos de ir andando. - E, a seguir, para mim: - Diga-lhe que não pudemos esperar, sim? 
Tom apertou-me a mão, troquei um frio aceno de cabeça com os outros e fiquei a vê-los descer o caminho a trote rápido e desaparecer sob a folhagem de Agosto, no preciso momento em que Gatsby, de chapéu e com o sobretudo fino na mão, aparecia à porta. 
Tom ficou evidentemente perturbado com os passeios solitários de Daisy, pois no sábado seguinte, à noite, apareceu com ela na festa de Gatsby. Foi, talvez, a presença dele que tornou essa noite particularmente pesada - de entre as outras festas de Gatsby, nesse Verão, é esta que se destaca na minha memória.