O Grande Gatsby - Cap. 4: Capítulo IV Pág. 70 / 173

A justaposição destas duas observações deixou-me atónito. Gatsby respondeu por mim:

- Oh, não! - exclamou. - Este não é o tal homem.

- Ah, não? - O senhor Wolfshiem pareceu desapontado.

- Este senhor é simplesmente um amigo. Já lhe disse que falamos nisso noutra ocasião qualquer!

- Peço-lhe desculpa - disse o senhor Wolfshiem -, mas tomei-o por uma outra pessoa,

Chegou um suculento picado e o senhor Wolfshiem, esquecendo imediatamente a atmosfera mais sentimental do velho Metropole, desatou a comer com feroz delicadeza. Entretanto, os seus olhos divagaram à volta da sala - completando o arco ao voltar-se para inspeccionar as pessoas que estavam imediatamente atrás dele. Estou convencido de que, não fora a minha presença, até para debaixo da nossa mesa ele tinha espreitado.

- Oiça cá, meu velho - disse Gatsby, inclinando-se para mim -, receio bem tê-lo, de certa forma, irritado esta manhã, no carro.

Lá vinha novamente aquele sorriso, mas desta vez opus-lhe resistência.

- Não gosto de mistérios - respondi -, e não percebo porque é que o senhor não é franco e me diz abertamente o que pretende. Porque é que tudo isso tem de passar por Miss Baker?

- Oh, mas não há nada a ocultar no meio disto tudo -assegurou-me ele. - Sabe, Miss Baker é uma desportista famosa e jamais se permitiria qualquer procedimento menos correcto.

De repente, olhou para o relógio, levantou-se de um pulo e saiu da sala a correr, deixando-me à mesa, entregue ao senhor Wolfshiem.

- É que ele tem de fazer um telefonema - disse o senhor Wolfshiem, seguindo-o com o olhar. - É um sujeito admirável, não acha? Esbelto e um perfeito gentleman.

- Lá isso é.

- Andou em Oggsford.

-Oh!

- Frequentou o Oggsford College, em Inglaterra.





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