A Juventude Libertária formava a liga da juventude anarquista, correspondendo à J.S.U. do P.S.U.C., etc. Os Amigos de Durruti eram uma pequena organização dentro da F A. I., e de um modo geral mostrava-se amargamente hostil ao P.O.U.M. Até onde posso ver, não existia uma só pessoa que fosse membro de ambos. Seria mais ou menos igual a afirmar que a Liga Socialista (Socialist League) é "organização controlada" pelo Partido Liberal inglês (Liberal Party). Estaria o Sr. Langdon-Davies sem saber disso? Nesse caso, deveria escrever com mais cautela a respeito dessa questão bastante complexa.
Não estou atacando a boa fé do Sr. Langdon-Davies, mas é sabido que ele deixou Barcelona assim que a luta terminou, isto é, no momento em que poderia dar início a investigações sérias, e por todo o seu informe encontramos sinais claros de que aceitou a versão oficial de uma "revolta trotskista", sem verificação suficiente. Isso é óbvio até mesmo na transcrição que fiz de seu artigo. "A noite" as barricadas estão construídas, e "às dez horas" são feitos os primeiros disparos. Não são estas as palavras de uma testemunha ocular. Daí daria para depreender que é comum esperar que o inimigo construa barricada, antes de abrir fogo contra ele. A impressão dada é que transcorreram algumas horas entre a construção das barricadas e os primeiros disparos, quando - naturalmente - ocorreu o contrário. Eu e muitos outros vimos os primeiros disparos sendo feitos à tarde. E temos também os homens solitários, "em geral fascistas", que disparavam dos telhados. O Sr. Langdon-Davies não explica como sabia que esses homens eram fascistas. E de presumir-se que não tenha escalado os telhados e perguntado aos cavalheiros. Está simplesmente repetindo o que lhe disseram e, como se ajusta à versão oficial, ele não questiona o assunto. A bem da verdade, ele indica uma fonte provável de grande parte de sua informação, pela referencia pouco cautelosa ao Ministro da Propaganda, ao início do artigo. Os jornalistas estrangeiros na Espanha encontravam-se indefensavelmente à mercê do Ministro da Propaganda, embora fosse de esperar que o simples nome de tal ministério constituísse advertência suficiente. O Ministro da Propaganda, naturalmente, poderia proporcionar um relato tão objetivo das desordens em Barcelona quanto, digamos, o falecido Lord Carson poderia fazê-lo com referência ao levante de 1916 em Dublin.
Tenho bons motivos para crer que a versão comunista para as lutas em Barcelona não possam ser levadas a sério. Além disso, devo dizer alguma coisa a respeito da acusação generalizada de que o P.O.U.M. era uma organização secretamente fascista, a soldo de Franco e Hitler.