Minha mulher começou a contar o que acontecera com nossos amigos. Alguns dos ingleses e outros estrangeiros atravessaram a fronteira. Williams e Stafford Cottman não foram presos quando o Sanatório Maurín foi invadido, e estavam escondidos em algum lugar. O mesmo acontecia a John McNair, que estivera na França e regressara á Espanha depois do P.O.U.M. ser proclamado ilegal - decisão imprudente, mas ele não quisera estar a salvo enquanto seus camaradas se encontravam em perigo. Quanto aos demais, era uma simples repetição: "apanharam Fulano", "apanharam Sicrano", "apanharam Beltrano". Pareciam ter "apanhado" quase todos, e meu espanto foi enorme ao saber que também haviam "apanhado" George Kopp.
-O quê? Kopp? Pensei que ele estivesse em Valência!
Ao que parecia, Kopp regressara a Barcelona, trazendo uma carta do Ministério da Guerra para o coronel-comandante do setor de engenharia na frente oriental. Ele sabia que o P.O.U.M. fora extinto, é claro, e provavelmente não acreditara que a polícia chegasse à estupidez de prendê-lo a caminho do front em urgente missão militar. Viera ao Hotel Continental recolher suas coisas, e na ocasião minha mulher se ausentara. Os elementos do hotel o detiveram com alguma história falsa, enquanto telefonavam à polícia. Reconheço ter ficado com raiva ao saber da prisão de Kopp.