Depois de alguns dias, embora continuássemos a ser uma malta humana se comparada a qualquer padrão comum, éramos considerados prontos para ser vistos em público, e pelas manhãs marchávamos pelos jardins da cidade, no morro que fica por trás da Plaza de España. Era o terreno comum para exercícios de ordem unida de todas as milícias partidárias, e mais os carabineiros e os primeiros contingentes do Exército Popular que estava em formação. Naqueles jardins públicos tinha-se uma visão estranha e reconfortante. Por todos os seus caminhos e passeios, entre os canteiros de flores, escolas e companhias de homens marchavam, rígidas, de um para outro lado, estofando o peito e procurando desesperadamente assemelhar-se a soldados. Estavam todos desarmados e nenhum deles envergava uniforme completo, embora na maioria dos casos o uniforme da milícia estivesse a rasgar-se e estourar neste ou naquele ponto. O treinamento era sempre o mesmo. Por três horas marchávamos de um para o outro lado (o passo espanhol de marcha é muito curto e rápido), depois fazíamos alto, dava-se "fora de forma" e íamos em bando sedento a uma pequena mercearia que ficava na subida do morro e cujo dono estava fazendo um negócio dos mais prósperos, com a venda de vinho barato. Todos se mostravam meus amigos, e como inglês eu constituía algo assim como uma curiosidade, e os oficiais carabineiros prestavam-me grande deferência e pagavam-me a bebida.