E quando a Dante emitia aquele ruído depois do jantar e levava a mão à boca, era azia.
Uma voz gritou do fundo do pátio: - Todos para dentro!
E logo outras vozes gritaram da linha inferior e da terceira linha:
- Todos para dentro! Todos para dentro!
Os jogadores reuniram-se, congestionados e sujos de lama, e ele meteu-se no meio deles, satisfeito por entrar no jogo. Rody Kickham segurava a bola pelo cordão ensebado. Um dos rapazes pediu-lhe que o deixasse dar um último pontapé; mas ele continuou a andar sem sequer lhe responder. Simon Moonan disse ao rapaz que não tentasse porque o prefeito estava a olhar para eles. O rapaz voltou-se para Simon Moonan e disse:
- Todos nós sabemos por que dizes isso. O McGlade chupa-te.
Chupar era uma palavra esquisita. O rapaz tinha dito aquilo porque o Simon Moonan costumava atar as mangas sobressalentes do prefeito atrás das costas dele e o prefeito não se zangava com ele. Mas a palavra soava mal. Certa vez, Stephen tinha ido lavar as mãos à casa de banho do Hotel Wicklow e o pai tinha levantado o tampão, puxando-o pela corrente, e a água suja tinha saído pelo orifício da bacia. E, depois de ter escorrido lentamente pelo orifício da bacia, tinha emitido um ruído como se tivesse sido chupada. Mais forte, até.
Lembrar-se disso e do aspecto branco da casa de banho fê-lo sentir frio e depois calor. Havia duas torneiras que se abriam para fazer sair a água: fria e quente. Sentira frio e depois um pouco de calor: e ainda podia ver os nomes gravados nas torneiras. Era uma coisa muito estranha.
E o ar do corredor também lhe fazia frio. Era esquisito e húmido. Mas não tardava que acendessem o gás que, ao queimar, emitia um ligeiro ruído, como uma canção. Sempre a mesma.