16 de Abril Para longe! Para longe!
O feitiço dos braços e das vozes: os braços brancos das estradas, a sua promessa de abraços, e os braços negros dos navios altos que se recortam contra a lua, as suas histórias de nações distantes. Estendem-se, dizendo: Estamos sós - vem. E as vozes dizem com eles: Somos tuas parentes. E o ar fica espesso da sua companhia, quando elas me chamam, a mim, seu parente, preparando-me para partir, agitando as asas da sua exultante e terrível juventude.
26 de Abril. A mãe está a pôr em ordem as minhas roupas novas em segunda mão. Agora, só pede a Deus, diz ela, que eu aprenda, através da minha vida e longe da minha casa e dos meus amigos, o que é o coração e o que ele sente. Ámen. Assim seja. Sê bem-vinda, ó vida! Vou, pela milionésima vez, ao encontro da realidade da experiência, para moldar na forja da minha alma a consciência incriada da minha raça.
27 de Abril. Velho pai, velho artífice, ampara-me e ajuda-me, agora e sempre, a manter o rumo certo.
Dublim,1904 Trieste, 1914
FIM