O refeitório estava meio vazio e os rapazes continuavam a sair em filas. Poderia subir a escada, porque nunca havia um padre ou um prefeito à porta do refeitório. Mas não podia ir. O reitor tomaria o partido do prefeito e pensaria que era tudo uma desculpa, e depois o prefeito voltaria lá no dia seguinte, na mesma, mas as coisas seriam piores porque ele estaria furioso por ele se ter ido queixar dele ao reitor. Os rapazes tinham-lhe dito que fosse, mas não seriam capazes de ir eles próprios. E já se tinham esquecido do assunto. Não, o melhor era esquecer também o caso, e talvez o prefeito dos estudos tivesse dito que voltava só para os assustar. Não, o melhor seria esconder-se e evitá-lo, porque, quando se é pequeno, consegue-se, muitas vezes, escapar dessa maneira.
Os rapazes da sua mesa levantaram-se. Ele pôs-se de pé e saiu entre eles, na forma. Tinha de tomar uma decisão. Estava a aproximar-se da porta: Se acompanhasse os outros, nunca mais poderia subir para ir falar ao reitor, porque não podia sair do recreio. E, se subisse e fosse castigado na mesma, os rapazes troçariam dele e gozariam com o pequeno Dedalus que tinha ido queixar-se ao reitor do prefeito dos estudos.
Seguia pela passadeira e via a porta diante de si. Era impossível: não podia ir. Pensou na cabeça calva do prefeito dos estudos com os seus cruéis olhos incolores a fitá-lo e ouviu a voz do prefeito dos estudos perguntar-lhe duas vezes como se chamava.