Orgulho e Preconceito - Cap. 26: Capítulo XXVI Pág. 162 / 414

Não preciso me explicar melhor. E, embora eu e você saibamos que esta preocupação é inteiramente inútil, se ela a sente realmente ficará facilmente explicada a sua conduta para comigo. E se tem tanta afeição pelo irmão, afeição que ele aliás merece, qualquer preocupação que sinta por ele será natural e louvável. No entanto espanta-me que ela continue ainda a ter estes receios, pois se ele gostasse realmente de mim já nos teríamos encontrado há muito tempo. Ele sabe que estou em Londres, pois ouvi-a referir-se a isto. E no entanto a maneira com que fala dá a entender que deseja persuadir a si mesma de que o irmão se interessa realmente por Miss Darcy. Não posso compreendê-la. Se eu não tivesse receio de fazer um julgamento precipitado, estaria quase tentada a dizer que em tudo isto há uma forte aparência de duplicidade. Mas procurarei banir todos os pensamentos dolorosos e pensar somente no que me pode tornar feliz: a sua afeição e a inalterável bondade dos meus caros tios. Escreva-me breve. Miss Bingley disse alguma coisa a respeito de nunca mais voltar a Netherfield, de desistir da casa, mas não deu toda a certeza. É melhor não falar nisto. Estou extremamente satisfeita por você ter recebido notícias tão agradáveis dos nossos amigos de Hunsford. Peço-lhe que vá visitá-los com Sir William e Maria. Estou certa de que você se sentirá muito bem lá. Sua, etc."

Esta carta causou uma certa tristeza a Elizabeth; mas a coragem lhe voltou ao considerar que, pelo menos, Jane não seria mais enganada pela irmã de Bingley. Quanto a este, todas as esperanças estavam agora perdidas. Jane nem sequer desejaria tornar a receber as suas atenções. Sob todos os pontos de vista seu conceito caíra na opinião de todos. E, como castigo para ele, bem como para uma possível compensação para Jane, Elizabeth desejava sinceramente que na verdade ele se casasse com a irmã de Mr.





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