Os seus companheiros de viagem não eram capazes de fazer empalidecer a lembrança de Mr. Wickham. Sir William Lucas e sua filha Maria, moça bem-humorada mas de cabeça tão oca quanto o pai, nada tinham a dizer que fosse digno de atenção, e o que eles falavam produzia em Elizabeth o mesmo prazer que o arrastar de uma cadeira. Elizabeth gostava de observar os ridículos, mas conhecia Sir William demasiado bem. Nenhuma das maravilhas que ele contava a respeito do seu título e de sua apresentação na corte eram novidades para ela. E as suas amabilidades eram tão gastas quanto as suas informações.
Era uma viagem de vinte e quatro milhas apenas. E eles partiram tão cedo que chegaram a Gracechurch Street ao meio-dia. Ao se aproximarem da casa de Mr. Gardiner, avistaram Jane na janela da sala. Quando chegaram na entrada, ela estava lá para saudá-los. Elizabeth, perscrutando ansiosamente a fisionomia da irmã, teve o prazer de constatar que o seu rosto continuava saudável e lindo como sempre. Sobre os degraus da escada estavam vários meninos e meninas, que não tinham podido resistir à tentação de ver a prima chegar e não tinham tido a paciência de esperar na sala. Mas, tímidos, pois há um ano não a viam, não ousavam descer. Tudo foi alegria e doçura. O dia passou da forma mais agradável. De manhã fizeram compras e à noite foram ao teatro.
Afinal Elizabeth conseguiu conversar com a tia. O primeiro assunto foi Jane. E sentiu mais tristeza do que espanto ao ouvir, em resposta às suas minuciosas perguntas, que, embora Jane sempre lutasse para conservar a coragem, atravessava períodos de depressão.