Orgulho e Preconceito - Cap. 32: Capítulo XXXII Pág. 195 / 414

Mas quando Elizabeth contou que ele ficara em silêncio, a hipótese não pareceu muito plausível, mesmo para Charlotte, que a desejava. E depois de várias conjeturas supuseram afinal que a visita era devido apenas à dificuldade de encontrar ocupação, coisa que naquela época do ano não era nada de estranhar. Todos os jogos em campo aberto estavam fora de questão. Dentro de casa havia Lady Catherine, livros e uma mesa de bilhar. Mas os cavalheiros não podem ficar sempre trancados dentro de casa; e fosse porque a reitoria era tão próxima, ou porque a caminhada fosse agradável, ou os seus moradores interessantes, o fato é que os dois primos se acharam tentados a caminhar até lá quase todas as manhãs. Chegavam em horas diferentes, ora juntos, outras vezes separados, e de vez em quando acompanhados pela tia. Era evidente para todos que o Coronel Fitzwilliam vinha porque achava agradável a companhia dos habitantes de Hunsford, coisa que naturalmente o recomendava ainda mais. E a satisfação que Elizabeth experimentava ao vê-lo, bem como aquela com a qual recebia a sua evidente admiração, lembrava-lhe o antigo favorito, George Wickham. E embora, ao compará-los, visse que havia menos doçura cativante nas maneiras do Coronel Fitzwilliam, acreditava que ele fosse dos dois o mais culto.

Era mais difícil compreender por que Mr. Darcy vinha tão frequentemente à reitoria. Não podia ser pela companhia, pois ele ficava a maior parte do tempo calado, às vezes durante dez minutos seguidos. E quando falava parecia fazê-lo mais pela dura obrigação de ser polido do que por prazer. Raramente parecia ficar de fato animado. Mrs. Collins não sabia o que fazer com ele. E o fato de o Coronel Fitzwilliam caçoar ocasio-nalmente da casmurrice do primo provava que ele havia mudado; o pouco que Charlotte sabia a respeito de Mr.





Os capítulos deste livro