Elizabeth sentia a sua cólera crescer de momento a momento; apesar disso procurou falar com toda a calma:
- O senhor está enganado, Mr. Darcy. A sua atitude pouco cavalheiresca apenas me poupou o desgosto de recusar o seu pedido, se ele tivesse sido feito de outra forma.
Elizabeth percebeu que ele se sobressaltava ao ouvir estas palavras. Mas Mr. Darcy nada disse e ela prosseguiu:
- Eu o teria recusado de qualquer forma. Nada me poderia ter persuadido a aceitar a sua mão.
Novamente seu espanto foi evidente. Mr. Darcy olhou para Elizabeth com incredulidade e mortificação. Ela continuou:
- Posso dizer que desde o princípio, desde o primeiro instante quase em que o conheci, as suas maneiras me convenceram de que era um homem arrogante, pretensioso, e de que tinha a maior indiferença pelos sentimentos dos outros. Esta impressão foi tão profunda que constituiu, por assim dizer, o alicerce sobre o qual os acontecimentos subsequentes elevaram uma indestrutível antipatia; e talvez menos de um mês depois de conhecê-lo estava convencida de que o senhor seria o último homem no mundo com o qual eu me casaria.
- Não precisa acrescentar mais nada - disse Darcy. - Compreendo perfeitamente os seus sentimentos, e nada me resta senão me envergonhar dos meus. Perdoe-me ter tomado o seu precioso tempo, e aceite os meus mais sinceros votos de felicidade.
E dizendo estas palavras saiu apressadamente da sala e, depois de alguns instantes, Elizabeth o ouviu abrir a porta da frente e sair.