Orgulho e Preconceito - Cap. 43: Capítulo XLIII Pág. 262 / 414

A caseira chegou afinal. Era uma senhora idosa, de aspecto respeitável, muito mais simples e amável do que esperavam. Acompanharam-na até a sala de jantar. Era uma sala grande, bem proporcionada e mobiliada com elegância. Elizabeth, depois de examiná-la sumariamente, foi até uma das janelas para apreciar a vista. A colina de onde tinham descido, com as suas grandes árvores, parecendo mais abrupta, era porém mais bela de longe. Tudo naquelas terras tinha sido bem aproveitado. Elizabeth contemplou a paisagem com encanto, o rio, as árvores espalhadas pelas margens, o vale serpenteando até onde a vista podia alcançar.

Dos outros quartos, a cena variava. Mas de todas as janelas a vista era linda. Os quartos eram grandes e elegantes. E a mobília revelava a fortuna do proprietário; mas Elizabeth admirou o bom gosto dos móveis, que não eram nem vistosos demais, nem desnecessariamente complicados. Tinham menos esplendor e mais elegância do que os de Rosings.

"Eu poderia ter sido a dona deste lugar", pensou ela. "Estes quartos eu os conheceria intimamente. E, em vez de vê-los como uma estranha, eu poderia alegrar-me de possuí-los e receber aqui, como visitantes, meu tio e minha tia." Mas voltando a si continuou: "Mas não, isto não poderia ser. Meu tio e minha tia estariam perdidos para mim. Jamais me permitiriam convidá-los".

A lembrança foi oportuna. Evitava que Elizabeth se arrependesse do que tinha feito.

Estava ansiosa para perguntar à caseira se o seu patrão estava realmente ausente. Mas a coragem lhe faltava. Afinal, a pergunta foi feita pelo tio. Elizabeth desviou o rosto, assustada, enquanto Mrs. Reynolds respondia que ele estava ausente, acrescentando:

- Mas nós o esperamos amanhã com um grande grupo de amigos.





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