Orgulho e Preconceito - Cap. 43: Capítulo XLIII Pág. 264 / 414

Gardiner.

- Oh, sim, é a menina mais bonita que eu jamais vi. É tão instruída! Toca piano e canta o dia inteiro. Na sala ao lado, há um novo instrumento que acaba de chegar para ela. Um presente do meu patrão. Ela virá amanhã também.

Mr. Gardiner, que tinha maneiras muito agradáveis e comunicativas, encorajava Mrs. Reynolds com perguntas e observações; esta, fosse por orgulho ou afeição, tinha evidentemente muito prazer em falar do patrão e da irmã deste.

- Seu patrão vem muitas vezes a Pemberley, durante o ano?

- Não tanto quanto eu gostaria, mas creio que ele passa metade do ano aqui. E Miss Darcy vem sempre para os meses de verão.

"Exceto", pensou Elizabeth, "quando vai para Ramsgate."

- Se o seu patrão se casasse, a senhora o veria mais do que agora.

- Sim, senhora, mas não sei quando isto acontecerá. Não conheço ninguém que esteja à altura dele.

Mr. e Mrs. Gardiner sorriram. Elizabeth não pôde se impedir de dizer:

- Sem dúvida, é um grande elogio que está lhe fazendo.

- Não digo mais do que a verdade. E todos que o conhecerem dirão a mesma coisa - replicou Mrs. Reynolds.

Elizabeth achou que isto era ir demasiado longe. E ouviu com assombro a caseira acrescentar:

- Nunca ouvi o meu patrão dizer uma palavra ríspida em toda a minha vida. E o conheço desde que tinha quatro anos de idade.

Este era o elogio mais extraordinário de todos, mais oposto às ideias de Elizabeth. Ela acreditava firmemente que Mr. Darcy era um homem de mau génio. A sua curiosidade cresceu extraordinariamente. Queria outras informações. E ficou grata ao tio, porque este disse:

- São poucas as pessoas de quem se pode dizer a mesma coisa. Tem muita sorte em ter um patrão destes.

- Sim, senhor, sei disto muito bem.





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