Mr. Darcy voltou pontualmente e, como Lydia já lhe contou, assistiu ao casamento. Jantou conosco no dia seguinte e tencionava partir na quarta ou na quinta-feira. Espero que não se zangue comigo, minha cara Lizzy, por eu me aproveitar desta, oportunidade para lhe dizer uma coisa que antes nunca tinha ousado dizer: é que gosto muito dele. Seu procedimento para conosco foi sob todos os aspectos tão agradável como quando estivemos no Derbyshire. Sua maneira de ver as coisas, suas opiniões, tudo me agrada muito. Só lhe falta um pouco mais de vivacidade. E isto, se ele se casar acertadamente, a mulher lhe poderá ensinar. Achei-o muito astuto. Quase nunca mencionou o seu nome. Mas a astúcia parece que está em moda. Peço-lhe que me perdoe se fui muito ousada ou pelo menos não me castigue a ponto de me excluir de P. Nunca me sentirei inteiramente feliz enquanto não tiver percorrido todo o pátio. Com um faéton baixo e uma boa parelha de pôneis, seria o ideal. Não posso escrever mais, as crianças já me esperam há meia hora. Sua tia muito afetuosa, M. Gardiner."
O conteúdo desta carta lançou o espírito de Elizabeth numa agitação em que era difícil determinar se o prazer ou a dor predominavam. Às vagas suspeitas acerca do que Mr. Darcy poderia ter feito para auxiliar o casamento da sua irmã, suspeitas que tivera receios de encorajar, pois demonstravam uma grandeza de alma que dificilmente encontraria em alguém, suspeitas cuja confirmação ao mesmo tempo temia por causa da obrigação que acarretariam, se tinham convertido em realidade além das suas expectativas. Ele a seguira deliberadamente a Londres. Assumira todos os incómodos e mortificações inerentes a tal pesquisa. Tivera que suplicar a uma mulher que devia abominar e desprezar.