Orgulho e Preconceito - Cap. 52: Capítulo LII Pág. 348 / 414

Fora obrigado a se encontrar frequentemente, discutir, persuadir e finalmente subornar o homem que sempre mais desejara evitar e cujo simples nome lhe era detestável. Tudo isso tinha feito para uma moça que ele não podia nem admirar e nem estimar. Seu coração lhe dizia que fora unicamente por sua causa. Mas esta esperança era logo sufocada por outras reflexões e ela sentiu que não era vaidosa a ponto de julgar que Darcy tinha afeição por uma mulher que já o rejeitara, e que ele seria capaz de vencer um sentimento tão natural quanto a repugnância em se relacionar novamente com Wickham. Cunhado de Wickham! O orgulho mais elementar se revoltaria contra isto. Decerto ele já tinha feito muito. Eli-zabeth até se envergonhava de pensar em tudo o que lhe devia. Mas Darcy tinha apresentado um motivo para a sua interferência, um motivo que não exigia sutilezas de interpretação. Não era natural que ele sentisse que agira erradamente. Era generoso e tinha meios de exercer a sua generosidade. E, embora ela não se considerasse como a causa principal desta conduta, po-deria talvez supor que um resto de afeição por ela tivesse contribuído para os seus esforços numa causa de que dependia diretamente a sua paz de espírito. Era doloroso, muito doloroso, saber que deviam tal obrigação a uma pessoa a quem nunca poderiam pagar. Eles deviam a reabilitação de Lydia, sua restituição ao seio da família, exclusivamente a Mr. Darcy. Elizabeth se arrependeu amargamente de todos os desprazeres que jamais lhe causara, de todas as palavras duras que lhe havia dirigido. Sentia-se humilhada consigo mesma, mas estava orgulhosa dele. Orgulhosa porque numa causa de honra, movido pela compaixão, ele conseguira se dominar. Ao pensar na certeza, que tanto ela como seu tio sentiam, de que a afeição de Mr.




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