Mr. Wickham ficou tão satisfeito com a conversação que nunca mais mencionou aquele assunto em presença de Elizabeth. Esta, por sua vez, ficou satisfeita de ter dito o suficiente para silenciá-lo.
Breve chegou o dia da partida de Lydia. E Mrs. Bennet foi obrigada a se submeter à separação, que provavelmente duraria pelo menos um ano, pois Mr. Bennet se recusou terminantemente a aderir ao plano de irem todos a New Castle.
- Oh, minha querida Lydia - exclamou ela -, quando nos tornaremos a ver?
- Não sei. Daqui a dois ou três anos talvez.
- Não deixe de me escrever sempre, meu bem.
- Escreverei sempre que puder. Mas a senhora deve saber que as mulheres casadas não têm muito tempo para escrever. Minhas irmãs podem, pois elas não têm nada que fazer.
As despedidas de Mr. Wickham foram muito mais afetuosas do que as de sua mulher. Sorriu, fez pose, disse muitas coisas bonitas.
- É um ótimo rapaz - disse Mr. Bennet assim que o viu fora de casa. - Distribui sorrisinhos, gatimonhas e faz a corte a todo o mundo. Estou muito orgulhoso dele. Desafio o próprio Sir William Lucas a apresentar um genro melhor do que o meu.
A perda da filha fez Mrs. Bennet ficar triste vários dias.
- Muitas vezes penso - disse ela - que não há nada mais doloroso do que o fato de se separar dos amigos. A gente se sente tão abandonada...
- A senhora deve compreender, mamã, que isto é a consequência de casar uma filha - disse Elizabeth. - Deve ficar contente, já que as suas outras quatro filhas continuam solteiras.
- Não é nada disto. Eu tenho de me separar de Lydia, não porque ela esteja casada, mas porque o regimento do marido dela fica tão longe. Se estivesse mais próximo, não seria obrigada a partir tão cedo.