Orgulho e Preconceito - Cap. 11: Capítulo XI Pág. 58 / 414

- A meu ver, os bailes seriam infinitamente mais divertidos se fossem organizados de uma maneira diferente; mas como são feitos, em geral, há sempre neles algo de insuportavelmente enfadonho. Seria muito mais racional que, em vez de dança, a conversação estivesse na ordem do dia.

- Muito mais racional, talvez, minha cara Caroline, mas nem de longe tão divertido.

Miss Bingley não respondeu e pouco depois se levantou e saiu da sala. Sua figura era elegante, ela sabia andar bem; mas Darcy, a quem se dirigiam essas exibições, continuava inflexivelmente absorto no livro. Desesperada, ela resolveu tentar um último esforço e, virando-se para Elizabeth, disse:

- Miss Eliza Bennet, deixe-me persuadi-la a seguir o meu exemplo. Venha dar uma volta pela sala. Asseguro-lhe que é muito agradável depois de ter ficado tanto tempo na mesma posição.

Elizabeth ficou surpreendida, mas concordou imediatamente. Miss Bingley alcançou o que realmente tencionava com aquela amabilidade: Mr. Darcy levantou os olhos, não menos surpreso do que Elizabeth com a inesperada cortesia da sua inimiga, e inconscientemente fechou o livro. Imediatamente foi convidado a reunir-se ao grupo, mas recusou, observando

que só podia imaginar dois motivos que justificassem aquela caminhada pela sala, e que, com qualquer um deles, a sua presença só poderia interferir. Que quereria Darcy dizer com isso?, perguntou Miss Bingley a si mesma. Em seguida perguntou a Elizabeth se ela compreendia aquilo.

- Absolutamente - respondeu a outra. - Mas pode ficar certa de que ele nos quis criticar e a melhor maneira de desapontá-lo será não lhe pedir nenhuma explicação.

Miss Bingley, entretanto, sentia-se incapaz de desapontar Mr. Darcy, e portanto insistiu para que ele explicasse os dois motivos que invocara.





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