Orgulho e Preconceito - Cap. 14: Capítulo XIV Pág. 73 / 414

Esses são os pequeninos tributos que agradam a Sua Senhoria, e que eu me considero obrigado a prestar.

- O senhor tem toda a razão - disse Mr. Bennet. - E, felizmente para o senhor, possui o talento de lisonjear com delicadeza. Terei licença de perguntar se essas agradáveis atenções procedem de um impulso momentâneo ou são o resultado de um cálculo prévio?

- Originam-se principalmente do que ocorre no momento. E, embora eu às vezes me divirta arranjando e polindo esses pequenos galanteios a serem empregados em certas ocasiões, procuro sempre lhes dar um ar tão espontâneo quanto possível.

As esperanças de Mr. Bennet se realizaram integralmente. O primo era tão absurdo quanto ele esperara. Ouvia-o falar com o maior prazer, mantendo ao mesmo tempo a mais resoluta seriedade. Deliciava-se sozinho

com o espetáculo, e às vezes atirava um olhar furtivo e malicioso para Elizabeth.

À hora do chá, porém, Mr. Bennet achou que a dose fora suficiente. E de bom grado acompanhou o hóspede até a sala; terminado o chá, convidou-o a ler em voz alta para as senhoras. Mr. Collins consentiu prontamente. Entregaram-lhe um livro, mas ao lançar um olhar sobre o volume (tudo indicava que era de uma biblioteca circulante) ele se recusou e, desculpando-se, declarou que nunca lia romances. Kitty olhou-o fixamente, e Lydia teve uma exclamação de espanto. Foram buscar outros livros. E depois de examiná-los, escolheu os Sermões, de Fordyce. Lydia olhou atônita para o volume aberto e antes que ele tivesse lido três páginas com monótona solenidade, interrompeu-o, dizendo:

- Você sabe, mamã, que meu tio Philips está com vontade de despedir Richard? E que se o fizer o Coronel Forster ficará com ele? Foi minha tia quem me disse no sábado.





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