Elizabeth relatou a Jane no dia seguinte tudo o que se tinha passado entre ela e Mr. Wickham. Jane ouviu a irmã com espanto e atenção. Não podia acreditar que Mr. Darcy fosse tão indigno da amizade de Mr. Bingley. E no entanto não estava na sua natureza duvidar da sinceridade de um rapaz tão bem-apessoado como Wickham. A ideia de que ele tivera de suportar realmente tanta ingratidão era suficiente para despertar-lhe todos os sentimentos ternos; e portanto nada lhe restava fazer senão pensar bem de ambos, defender a conduta dos dois e levar à conta do acaso e do erro tudo aquilo que não podia ser explicado de outra maneira.
- Ambos foram enganados - disse ela -, de um modo ou de outro, em circunstâncias das quais não podemos ter nenhuma ideia. Pessoas interessadas se interpuseram talvez entre eles com as suas intrigas. Enfim é impossível conjecturarmos as causas ou circunstâncias que possam tê-los afastado um do outro, sem que a culpa recaia sobre nenhuma das partes.
- Muito bem, e agora, minha querida Jane, que é que você tem a dizer a favor dessas pessoas interessadas que provavelmente se envolveram no assunto? Acha também que são inocentes? Ou devemos atribuir a culpa a alguém?
- Pode rir quanto quiser, mas não me fará desistir das minhas opiniões. Minha querida Lizzy, pense só na horrível situação em que ficaria Mr. Darcy se ele tivesse tratado de uma tal maneira o favorito do pai, um rapaz a quem o pai prometera a sua proteção. É impossível. Nenhum homem com os sentimentos mais indiferentes, ninguém que tivesse estima pelo seu carácter seria capaz disto. Poderiam os seus amigos mais íntimos se enganar a este ponto a seu respeito? Oh, não.
- É mais fácil eu acreditar que Mr. Bingley está sendo iludido do que supor que Mr.