Mas Elizabeth não era feita para ficar muito tempo de mau humor e, embora todas as suas esperanças para aquela noite tivessem sido destruídas, em breve aquela nuvem se dissipou do seu espírito. Tendo desabafado todas as suas mágoas com Charlotte Lucas, com a qual não estivera durante uma semana, mudou espontaneamente de assunto e chamou a atenção da amiga para as esquisitices do primo. As duas primeiras danças, no entanto, renovaram o seu desânimo. Mr. Collins, desajeitado e solene, pedindo desculpas em vez de prestar atenção e dando frequentes passos errados sem perceber, lhe trouxe toda a vergonha e infelicidade que pode causar um par desagradável durante duas danças seguidas. No momento em que conseguiu verse livre dele, o seu alívio não teve limites. Dançou em seguida com um oficial e teve o consolo de falar em Wickham e de ouvir dizer que ele era apreciado por todos. Terminadas aquelas danças, voltou para perto de Charlotte Lucas, e conversava com esta quando foi abordada subitamente por Mr. Darcy, que a convidou para dançar. Tomada de surpresa, sem saber bem o que fazia, Elizabeth aceitou. Logo depois, Mr. Darcy se afastou, dando tempo assim a Elizabeth para lamentar a sua falta de presença de espírito. Charlotte procurou consolá-la.
- Você o achará muito agradável.
- Deus não permita tal coisa. Seria a maior infelicidade de todas! Achar agradável uma pessoa que decidimos odiar! Não me deseje esse mal.
Entretanto, quando a música recomeçou e Darcy se aproximou, Charlotte não pôde evitar de prevenir a amiga, em voz baixa, de que não tivesse a simplicidade de permitir que o seu entusiasmo por Wickham a tornasse desagradável aos olhos de um homem dez vezes mais importante.