Orgulho e Preconceito - Cap. 18: Capitulo XVIII Pág. 99 / 414

Elizabeth não respondeu e tomou o seu lugar na fila, espantada com a honra de ter sido a escolhida para ficar defronte de Mr. Darcy, lendo igual surpresa nos olhos das suas vizinhas. Durante algum tempo não se falaram e ela começou a pensar que aquele silêncio ia prolongar-se durante as duas danças. A princípio resolveu ficar calada. Mas de súbito, imaginando que seria ainda maior castigo obrigar o seu companheiro a conversar, fez algumas ligeiras observações sobre a dança. Ele respondeu e calou-se. Dois minutos depois ela se dirigiu novamente a ele e disse:

- Agora é a sua vez de dizer alguma coisa, Mr. Darcy.

Falei a respeito da dança e o senhor devia fazer algumas observações sobre o tamanho da sala e sobre o número dos pares. Ele sorriu e afirmou que diria tudo o que ela desejasse.

- Muito bem, a resposta basta para o momento. Talvez a propósito eu possa observar que os bailes particulares são muito mais agradáveis do que os bailes públicos. Agora podemos ficar calados.

- Então a senhora fala por princípio, quando está dançando?

- Às vezes, é preciso falar um pouco, não acha? Pareceria estranho ficar em silêncio durante meia hora. No entanto, para servir às preferências de certas pessoas, a conversação deveria ser entabulada com o menor número possível de palavras.

- Está falando a respeito de seus sentimentos no caso presente? Ou imagina que está justificando os meus?

- As duas coisas - replicou Elizabeth, maliciosamente. - Já notei que temos grandes semelhanças de espírito. Ambos somos de feitio anti-social, taciturno, e não gostamos de falar senão para dizer alguma coisa capaz de causar assombro a toda a sala e ser transmitida à posteridade com o brilho de um provérbio.

- Estou certo de que isto é uma imagem muito fiel do seu próprio carácter - disse ele.





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