- Viu alguém?
- Não havia luz nas janelas, salvo numa do rés-do-chão. Mas a persiana estava corrida e não pude ver nada. Fiquei ali, a pensar no que deveria fazer a seguir, quando apareceu um carro coberto com dois homens. Apearam-se, tiraram qualquer coisa de dentro do carro e levaram-na pela escada até à porta principal. Era um caixão, Mr. Holmes.
- Ah!
- Estive prestes a correr para casa. A porta fora aberta para os homens entrarem com a carga. Foi a mulher quem abriu. Mas ela viu-me de relance e penso que me reconheceu. Reparei no seu sobressalto. Fechou logo a porta. Lembrei-me da promessa que lhe fizera, Mr. Holmes, e aqui estou.
- Fez um excelente trabalho - disse Holmes, garatujando umas palavras em meia folha de papel. - Não podemos agir sem um mandado e você será de maior utilidade se procurar as autoridades e conseguir um. Talvez depare com dificuldades, mas a venda das jóias deve bastar. Lestrade cuidará dos pormenores.
- Mas podem matá-la entretanto! Que significa o caixão? A quem se destina senão a ela?
- Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, Mr. Green. Não perderemos nem um minuto. Deixe o caso connosco. Agora, Watson - acrescentou quando o nosso cliente saiu a correr -, vamos pôr em acção as forças regulares. Somos, como de costume, os irregulares e devemos seguir o nosso caminho. A situação parece-me tão desesperada que se justificam as medidas mais extremas. Temos de chegar a Poultney Square o mais depressa possível.
»Tentemos reconstituir a situação - disse Holmes, passávamos já rapidamente pelo Parlamento e por Westminster Bridge.