A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 9: O ÚLTIMO CASO Pág. 202 / 210

- Olha que já podia ter sofrido outro pior... Parece-me que também andam em cima de mim.

- Não acredito!

- Palavra! Já andaram a fazer perguntas à minha senhoria, em Fratton. Quando soube, achei que era tempo de me pôr a bulir. Mas o que eu gostava de saber, mister, é como descobrem os polícias estas coisas. Steiner é o quinto homem que perde desde que trabalho para si e conheço o nome do sexto se o senhor não fizer qualquer coisa. Como explica isto? Não tem vergonha de ver os seus homens cair?

Von Bork ficou vermelho como um tomate.

- Como se atreve a falar-me dessa maneira?

- Se eu não fosse atrevido, mister, não estaria ao seu serviço. Vou dizer-lhe sem rodeios o que penso. Consta-me que os políticos alemães, quando um agente fez o seu trabalho o abandonam sem cerimónia nenhuma!

Von Bork pôs-se de pé.

- Atreve-se a sugerir que eu entreguei os meus agentes?

- Não digo tanto mister mas há uma falha ou um traidor algures e cabe-lhe descobrir onde. Seja como for, não correrei mais riscos. Vou para a pequena Holanda e quanto mais depressa melhor.

Von Bork dominara a cólera.

- Somos aliados há tempo de mais para discutirmos no momento da vitória - disse. - Você fez um trabalho esplêndido e correu riscos, e jamais esquecerei isso. Vá para a Holanda, sim. De Roterdão poderá tomar um barco para Nova Iorque. Dentro de uma semana, não haverá outra linha segura. Dê-me o livro, para eu o guardar com os outros documentos.

O americano segurava o pequeno embrulho, mas não fez menção de o entregar.

- E a massa? - perguntou.

- Quê?

- O dinheiro. A recompensa. As quinhentas libras. O marinheiro começou a armar-se para o fim e tive de o calar com cem dólares por fora, caso contrário havia sarilho para si e para mim.





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