Esperei, portanto... mas, para meu crescente desapontamento, em vão. Os dias passavam e o meu amigo não dava um passo em frente. Foi uma manhã à cidade e soube por referência casual que estivera no Museu Britânico. Tirando esta deslocação, passava os dias dando longos passeios, muitas vezes sozinho, ou a conversar com bisbilhoteiros da aldeia, cuja companhia cultivava.
- Verá, Watson, que não há nada que chegue ao campo - dizia-me. - É muito agradável ver os primeiros rebentos nas sebes, as candeias nas aveleiras. Com uma pá, uma lata e um compêndio de botânica, passam-se dias muito instrutivos.
Andava ele próprio com um equipamento assim, mas não era famoso o conjunto de plantas que colhia.
Às vezes, nas nossas deambulações, cruzávamo-nos com o inspector Baynes. O seu rosto anafado e vermelhusco abria-se em sorrisos e os seus olhinhos reluziam ao cumprimentar o meu companheiro. Falava pouco sobre o caso, mas do pouco que falava deduzíamos que também não estava insatisfeito com o curso dos acontecimentos. Devo, no entanto, admitir que fiquei algo surpreendido quando, cinco dias após o crime, abri o meu jornal da manhã e li em letras garrafais:
DESVENDADO O MISTÉRIO DE OXSHOTT
PRESO SUSPEITO DO ASSASSÍNIO
Holmes deu um salto na cadeira, como se uma cobra o tivesse mordido, quando li em voz alta o título,
- Por Júpiter! - exclamou. - Quer dizer que Baynes o apanhou?
- Pelos vistos.