A Princesa da Babilónia - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 59 / 82

"Sublime traidora - exclamava ele nos seus transportes, - eu te ensinarei a seres fiel!"

Afinal, as ondas amarelas do Tibre, pântanos empestados, habitantes macilentos, descarnados e raros, cobertos de velhos mantos esburacados que entremostravam a pele seca e curtida, se lhe apresentaram aos olhos, anunciando-lhe que se achava às portas da cidade das sete montanhas, aquela cidade de heróis e legisladores que haviam conquistado e civilizado grande parte do mundo.

Tinha imaginado que veria à porta triunfal quinhentos batalhões comandados por heróis e, no Senado, uma assembleia de semideuses ditando leis à terra; como único e todo exército, achou umas três dúzias de marotos montando guarda com um para-sol, com certeza por modo de se queimarem. Penetrando num templo que lhe pareceu muito belo, mas menos que o de Babilônia, ficou muito surpreendido ao ouvir uma música executada por homens que tinham voz de mulher.

- Que esquisito país esta antiga terra de Saturno! - disse ele. - Vi uma cidade onde ninguém tinha o próprio rosto, e agora vejo outra onde os homens não têm nem a respectiva voz nem as respectivas barbas.

Disseram-lhe que aqueles cantores não eram mais homens, que os haviam despojado de sua virilidade a fim de que mais agradavelmente entoassem loas a uma prodigiosa quantidade de pessoas meritórias. Amazan nada compreendeu. Os referidos senhores pediram-lhe que cantasse; ele cantou uma canção gangárida com a sua graça ordinária. Tinha uma bela voz de barítono.

- Ah! Monsignor - disseram eles, - que delicioso soprano não daria! Ah! se...

- Se o quê? Que querem dizer?

- Ah, Monsignor!

- E daí?

- Se Monsignor não tivesse barba!





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