A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 15 / 117

Quando a igreja

Rodeiam trevas, solidão e medos,

Que a resguardam coas asas acurvadas

Da vista do que vive, a mão do Eterno

Separa o joio do bom grão e arroja

Para os abismos a ruim semente.

XVI

Não! — não foi sonho vão, vago delírio

De imaginar ardente. Eu fui levado,

Galgando além do tempo, às tardas horas,

Em que se passam cenas de mistério,

Para dizer: «Tremei! Do altar à sombra

Também há mau dormir de sono extremo!»

Vejo ainda o que vi: da sepultura

Ainda o hálito frio me enregela

O suor do pavor na fronte; o sangue

Hesita imoto nas inertes veias;

E embora os lábios murmurar não ousem,

Ainda, incessante, me repete na alma

Íntima voz: «Tremei! Do altar à sombra

Também há mau dormir de sono extremo!»

XVII

Mas troa a voz do monge, e, enfim, desperto

O coração bateu.





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