A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 19 / 117

Extasiado — e a lua cintilando

Na sua calva fronte, onde pesavam

Anos e anos de dor. Ao venerando

Nas encovadas faces fundos regos

Tinham aberto as lágrimas. Ao longe,

Nas margens do Cédron, a rã grasnando

Quebrava a paz dos túmulos. Que túmulo

Era Sião! — o vasto cemitério

Dos fortes de Israel. Mais venturosos

Que seus irmãos, morreram pela pátria;

A pátria os sepultou dentro em seu seio.

Eles, em Babilónia, aos punhos ferros,

Passam de escravos miseranda vida,

Que Deus pesou seus crimes, e, ao pesá-los,

A dextra lhe vergou. Não mais no templo

A nuvem repousara, e os céus de bronze

Dos profetas aos rogos se amostravam.

O vate de Anatoth a voz soltara

Entre o povo infiel, de Eloha em nome:

Ameaças, promessas, tudo inútil;

De bronze os corações não se dobraram.





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