A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 21 / 117

Chorou durante a noite; em pranto as faces,

Sozinha, entregue à dor, nas penas suas

Ninguém a consolou: os mais queridos

Contrários se tornaram.

Ermas as praças de Sião e as ruas,

Cobre-as a verde relva: os sacerdotes

Gemem; as virgens pálidas suspiram

Envoltas na amargura.

Dos filhos de Israel nas cavas faces

Está pintada à macilenta fome;

Mendigos vão pedir, pedir a estranhos,

Um pão de infâmia eivado.

O trémulo ancião, de longe, os olhos

Volve a Jerusalém, dela fugindo:

Vê-a, suspira, cai, e em breve expira

Com seu nome nos lábios.

Que horror! — ímpias as mães os tenros filhos

Despedaçaram: bárbaras quais tigres,

Os sanguinosos membros palpitantes

No ventre sepultaram.

Deus, compassivo olhar volve a nós tristes:

Cessa de Te vingar! Vê-nos escravos,

Servos de servos em país estranho.





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